terça-feira, 18 de junho de 2013

“Vem, vem, vem pra rua vem, contra o aumento!”.

O grito do povo que ecoou por vários estados no dia 17 de junho de 2013. Eu não li, eu não ouvi nem vi através de vídeos. Eu estava lá. E posso garantir o quanto foi lindo de se ver, o quanto foi motivo de orgulho presenciar a minha geração andando por mais de cinco horas sem parar em busca de seus direitos. Chegamos à estação Faria Lima por volta das 16h55min e a concentração já estava enorme. Uma cena belíssima, olhar para trás e ver uma multidão pronta pra batalha e o pôr do sol completando a beleza do momento. Dezenas de jornalistas fazendo a cobertura e jovens terminando seus cartazes, em um clima pacífico e de alegria. Começamos a marcha por volta das 17h15min; durante a saída, a marcha do PSTU chegou à rua paralela e o grito foi em uníssono: “O povo unido não precisa de partido! Sem partido!”. Ainda sim prosseguiram, porém não tivemos nenhum problema com eles, chegamos por várias vezes a trocar e puxar gritos em conjunto com a banda deles. A única coisa que achei estranha (e muitos que ali estavam também) foi a “manifestação da TIM” – como foi apelidado o momento indisponível da operadora – não conseguíamos mandar mensagens, ligações nem acessarmos a 3G. Durante o trajeto na Faria Lima ocorriam mais de dez gritos diferentes, o Hino Nacional e palmas atrás de palmas para o pessoal que apoiou o movimento “Vem pra Janela” e que estavam vibrando com a marcha, agitando seus panos brancos. Fiquei verdadeiramente emocionada - e todos os que estavam ali presente também – com uma senhora de 82 anos com uma placa na mão: “82 anos. Não vim para brincar, vim para manifestar.” Foi a coisa mais linda. Passamos pela passarela Marcelo Fromer e chegamos até à Juscelino Kusbitschek, onde os carros estavam parados e os motoristas com seus Volvos, Land Rover, Hilux, L200, etc. estavam impacientes com o movimento. Apenas uns dois ou três, pelos que passei, abaixaram o vidro e tocaram suas buzinas em apoio ao movimento. O momento de maior emoção na JK foi ao vermos um motorista dentro de seu ônibus com um buquê de flores preso ao para-brisa, piscando a luz no ritmo do grito da galera. Aos gritarmos: “Oô motorista, ô cobrador me diz aí se seu salário aumentou” ele respondia com a mão negativamente, sorrindo muito; com aquele sorriso de orgulho e vitória que há muito tempo não se via na população brasileira. Por volta das 20h10min seguimos pela Berrini e então o sinal (pelo menos para mim, retornou), foi quando liguei para uma amiga, que estava em casa acompanhando pela internet, para saber a situação sobre os outros estados. No momento em que ela me contou sobre o Congresso o pessoal atrás da marcha já gritava “Invadiram o Congresso”! Quando me disse sobre os 100 mil na marcha do Rio, decidi ligar para o RJ e ver como estavam as coisas nas ruas, mas o sinal ainda não estava dos melhores. Ainda na Berrini, tínhamos a informação de que a ponta da marcha ainda não tinha saído de Pinheiros! Era gente pra caramba! Finalmente chegamos à Ponte Estaiada. Para mim, foi ápice da emoção, poder estar no ponto mais alto da ponte, olhar pra baixo e ver que tinha tanta gente que o final da marcha nem estava perto da ponte ainda. Foi na ponte também que o pessoal começou a se dispersar. Uns foram sentido ao Palácio, outros Avenida Paulista, Estação Berrini e o restante decidiu voltar pela Faria Lima. Paramos na Estação Berrini, decidindo qual caminho seguir, e resolvi ligar para o RJ. E o que eu ouvi foi completamente antagônico ao que eu estava presenciando naquele momento. Uma amiga que estava na linha de frente na marcha de lá, me dava detalhes do que parecia ser uma guerra civil. Eu ouvia pelo celular os gritos do Choque, o barulho das bombas e a gritaria da galera tentando fugir. Minha preocupação com ela cresceu e pedi pra voltar para Niterói o mais rápido possível e desliguei. Quanto ao caminho de volta não há muito que se falar, estávamos todos cansados subindo a Faria Lima novamente, mas era um cansaço de orgulho, um cansaço de dever cumprido. O trajeto foi cruel, principalmente em questão de localização para quem precisava voltar para casa com facilidade. Mas nunca me arrependerei de ter feito esse caminho, e farei de novo se for necessário, tendo a certeza de que cada vez que uma nova marcha é organizada, mais 10 mil pessoas se juntam ao movimento. Acho que o sonho de todo aluno de história é fazer parte da história, e não apenas ir atrás de documentos, e hoje eu posso dizer que comecei a realizar esse sonho e vou até o final, porque o Brasil precisa do seu povo. Precisamos de todos para bater no peito e gritar que esse país é NOSSO e não precisamos de partidos nem de políticos com seus próprios interesses falando por nós. Tudo o que eu tenho a recomendar agora é: 


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